Biografia

Primogênito de David Gonçalves de Azevedo e Emília Amália Pinto de Magalhães, Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo, irmão mais velho do também autor naturalista Aluísio de Azevedo, nasceu em São Luís do Maranhão, no dia sete de julho do ano de 1855.

Antes dos dez anos de idade já demonstrou seu apreço pelos palcos, adaptando textos de grandes autores da época, como Joaquim Manuel de Macedo. Com 14 anos, em 1871, escreveu sua primeira coletânea de poesias: Carapuças. No ano seguinte, em 1872 escreve sua primeira peça: Amor por Anexins.

Nessa mesma época foi empregado na administração da província, mas seu primeiro emprego não durou muito, pois foi demitido quando publicou sátiras contra o governo vigente. Foi então que concorreu a um concurso aberto para preencher uma das vagas de amanuense da Fazenda. Obtida a classificação, mudou-se para o Rio de Janeiro, no ano de 1873 trabalhando no Ministério da Agricultura. Concomitante a isso, tinha emprego como professor de português no Colégio Pinheiro.

Mas foi no Jornalismo que se desenvolveu em atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Ao lado de Machado de Assis, teve sua colaboração em A Estação e no jornal Novidades, junto com grandes autores como Olavo Bilac e Coelho Neto. Além disso, escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, publicados em grandes jornais da época como O País, O Mequetrefe e O Diário de Notícias.

Nessa mesma época escreveu suas únicas peças dramáticas com a colaboração de Urbano Duarte, O Liberato e A Família Salazar, ambas fazendo alusão à abolição da escravatura.

Foram publicadas apenas anos mais tarde sob o nome de O Escravocrata, por causa de censura imperial.

Com trinta e quatro anos, reuniu contos dedicados a Machado de Assis, seu companheiro na Secretaria da Viação.

Já com trinta e nove anos publicou mais três livros de contos: Contos fora de moda, Contos cariocas e Vida alheia.

Em suas obras, Artur Azevedo decorria o cotidiano da vida carioca e hábitos da capital.

Suas histórias eram influenciadas pelas relações de amizade e família, pelos flertes e namoros, por festas e funerais, adultérios, entre outros assuntos.

Outro foco de suas obras foi a poesia. Por uma questão de cronologia, Artur Azevedo é rotulado de Parnasiano, mas na sua essência, é um poeta lírico e sentimental, fazendo com que suas obras de sonetos se encaixem na tradição amorosa dos sonetos brasileiros.

Ao lado do irmão mais novo, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde criou a cadeira 29 que tem como patrono Martins Pena.

Elói, o Herói; A Gavroche; Petronio; Cosimo; Juvenal; Dorante; Cractchi; Passos Nogueira; Frivolino; assim era conhecido também Artur Azevedo. Sua última peça foi escrita em 1907 (O Dote). Morreu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1908.