Breve histórico brasileiro Séc. XIX

Antes da vinda da família real para o Brasil em 1808, o teatro era usado em sua grande maioria, com finalidade de catequizar aqueles que aqui já residiam, como por exemplo, os Autos utilizados para a catequização dos índios, os quais o padre Manuel da Nóbrega encomendava-os ao padre José de Anchieta.

No ano de 1810, o rei D. João VI reconheceu que aqui agora, havia a necessidade de se construir novos “teatro decentes”. O reconhecimento do rei estimulou a construção de novos teatros, sob supervisão das companhias de teatro já existentes, assim como, sob a supervisão das companhias de dança e canto. Em consequência desse crescimento, as companhias de teatros amadoras também foram crescendo. Foi apenas no ano de 1833 que a primeira companhia de teatro 100% brasileira estreou nos palcos de Niterói com a peça A Independência da Escócia, dirigida por João Caetano.

Quando a corte ia ao teatro, sua presença era mais focada do que a peça em si. O público admirava mais D. Pedro e seus acompanhantes do que os atores em cena. Um detalhe muito importante dessa época, é que os negros não iam ao teatro, em contradição com os atores que eram todos mulatos, apesar de cobrir o rosto com maquiagem das cores brancas e vermelhas.

As manifestações do povo que anteciparam a independência do Brasil eram vistas nas plateias dos teatros quando a corte não estava presente, exaltando o desejo por uma nação livre de Portugal. Isso acarretou também em cena, quando os atores estrangeiros começaram a ser substituídos por atores realmente brasileiros. Era o começo de uma vida e de uma nação livre.

Desde 1822, o espírito patriota tomava conta do teatro e das outras vertentes culturais. Mesmo assim, as peças realmente brasileiras eram ínfimas e de pouca qualidade, dependendo apenas de um ou outro autor que escrevia de maneira mais adequada. Já no final da década de 1830, as artes dramáticas, assim como as outras, começaram a sofrer influência do movimento que estava acontecendo na época: o Romantismo. Alguns assuntos que serviam como guia da arte eram de âmbito nacionalista como: a natureza que havia aqui, a hospitalidade do povo (que até hoje influencia a imagem brasileira), a grandeza da tetra brasileira, entre outros.

O autor pioneiro do teatro brasileiro foi Martins pena, estreando O juiz de paz da roça do dia 04 de outubro de 1838, no Teatro Constitucional Fluminense, dirigido pelos olhares de João Caetano. Pena pertencia ao Romantismo, e essa peça, dentre algumas outras (28 no total) pertencem ao gênero comédia de costumes, favorito do público na época. Foi considerado o pai do teatro no Brasil pela qualidade de suas peças e pela popularidade que conseguiu atingir devido a esse fato. Seus maiores seguidores foram Joaquim Manoel de Macedo, Machado de Assis e José de Alencar. Além de Martins Pena, outro autor que marcou a época foi Gonçalves Magalhães, mas não com a comédia, mas sim com sua tragédia romântica, a peça O Poeta e a Inquisição e também Martins Pena com "O juiz de paz na roça".

Já a segunda metade do século XIX é considerada Realista, começando por Joaquim Heliodoro, passando por Artur Azevedo, e ingressando no século seguinte.

Em 1855, Heliodoro constrói seu teatro, o Ginásio Dramático, tendo como diretor o francês Emílio Doux, que naquela época trouxe as peças mais modernas da França para serem montadas no Brasil. Foi aqui que os dramas de casaca começaram a surgir, com temática social e análise psicológica.